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Turismo e boa mesa

O verde da natureza e o colorido dos pratos lado a lado, em um passeio gastronômico no entorno da Barragem do Rio São Bento
Por Marciano Bortolin Siderópolis, SC, 31/10/2020 - 09:25
Fotos: Guilherme Hahn / Toda Sexta / Especial / 4oito
Fotos: Guilherme Hahn / Toda Sexta / Especial / 4oito

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A reportagem da revista e jornal Toda Sexta enveredou pelos caminhos da Barragem do Rio São Bento para provar que há, ali, condição de fazer turismo, e de qualidade. E no entorno, a garantia de boa mesa e muito contato com a natureza. Os jornalistas Marciano Bortolin e Guilherme Hahn apresentaram esse conteúdo na edição 005 de Toda Sexta, e você confere a reprodução dessa reportagem abaixo:

Sombra e água fresca. Mas vamos acrescentar a isto uma boa comida. E quem sabe um lugar paradisíaco para desfrutá-los. Impossível? Difícil? Não! Quando falamos que o Sul de Santa Catarina é rico em atrativos, não estamos de brincadeira. 

Quem procura por tudo isso para passar bons momentos com a família, amigos ou até mesmo sozinho, tem uma opção no “quintal de casa”. Todos estes predicados são encontrados em Siderópolis, mais precisamente no entorno da Barragem do Rio São Bento, na comunidade de São Pedro.

O principal atrativo turístico do município, com um lago artificial de 450 hectares, que tem ao fundo a Serra Geral, e conhecido também pela torre da Capela de São Pedro, bem no meio da barragem. Mas um movimento está se expandindo no local e atraindo a atenção de cada vez mais pessoas: a gastronomia, já característica da vizinha Nova Veneza. 

Um dos estabelecimentos é o Ghellere Restaurante e Pousada, com mais de 45 mil metros quadrados de área de lazer e que foi fundado muito antes da própria barragem, em 1979. “Começou com os meus avós há 40 anos, em um barracão ao lado do Rio São Bento. As pessoas vinham tomar banho no rio e queriam comida. Eles chegavam mais cedo, pediam, a minha avó ia matar a galinha e fazer a polenta. Quando o meu pai e a minha mãe se casaram, eles resolveram crescer um pouco mais. Então foi construído o Ghellere novo em 1995, e hoje em dia já estamos com um complexo enorme com salões, pousada, área ao ar livre e tudo mais”, relata a diretora do Ghellere Restaurante e Pousada, Daniele Possamai Ghellere.

Sabendo aproveitar o melhor

A parte estrutural erguida pela família Ghellere para receber os visitantes se confunde com o verde e com o próprio rio, já que fica situado na encosta da Serra Geral, próximo à Reserva Biológica do Aguaí, em meio a mata atlântica, rodeado pela fauna e flora.

Um dos que sabe aproveitar bem o que o Ghellere Restaurante e Pousada oferece é o empresário Renato Spillere, de Nova Veneza, cliente assíduo do estabelecimento. “Sou cliente há muito tempo. É um lugar muito interessante, a comida sempre boa e sempre sendo aprimorada. O ambiente bom, de sossego”, conta Spillere enquanto degusta o tradicional queijo colonial em um dos decks à beira do rio. 

Para esta visita, ele e os amigos foram caminhando desde o distrito de Caravaggio. “É difícil o fim de semana que não venho. Percebemos a evolução nos pratos, no churrasco e, principalmente, mantendo as origens”, cita.

Visitantes de vários locais

O público, conta Daniele, é basicamente da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec), mas a presença de turistas de outras regiões também é registrada. “Hoje em dia recebemos bastante gente de fora, principalmente da região de Florianópolis. O pessoal de lá vem muito para cá passear, passar o fim de semana já que é bem perto”, revela.

Os pratos, preparados com todo o cuidado por quem entende e conhece a culinária italiana, antepassados da família, recebem uma pitada especial: ingredientes frescos, cultivados em uma horta própria e livre de agrotóxicos. Grande parte dos temperos, verduras e legumes servidos são produzidos no local.

Fortalecimento do turismo regional

A diretora do Ghellere ressalta ainda que a pandemia do novo coronavírus tem fortalecido o turismo regional. “Com a pandemia, o turismo regional, o turismo de interior, tem crescido bastante. As pessoas não querem muito ir para grandes centros, pegar avião. É um turismo de carro. Por muitas vezes a pessoa conhece a Europa e não conhece a própria cidade vizinha. Isso era percebido antes, mas está se intensificando agora na pandemia”, fala.

Daniele lembra que a pandemia trouxe dificuldades, mas que aos poucos os clientes estão retornando. “Foi bem complicado porque o nosso setor de restaurantes e de eventos sofreu bastante e ainda temos várias normas a serem seguidas como distanciamento, a quantidade de pessoas por mesa. Foi uma fase bem difícil, mas há cerca de dois meses está voltando ao normal”, comemora.

Como se fosse a casa da nona

Um fogão a lenha, panelas de ferro com polenta, galinha ensopada, fortaia, macarrão e o típico cheiro da casa da nona. O cenário é do restaurante do Aguaí Santuário Ecológico, bem ao lado da Barragem do Rio São Bento e mais uma das muitas opções para quem quer degustar bons pratos em contato com a natureza. 

Não bastasse o almoço, os visitantes que percorrem as trilhas do local ainda podem recuperar as energias com um café colonial, ou se preferir, um café com mistura, como é tradicionalmente chamado em nossa região. Ele é composto de doces e salgados, entre eles, bolo de chocolate, de cenoura, de laranja, torta alemã, pamonha, pão integral, pão caseiro, entre muitos outros.

O Aguaí Santuário Ecológico foi idealizado por Albertino Ferreira, o popular Beto, porém a intenção inicial era ter um local onde as pessoas pudessem interagir com a natureza, mas a iniciativa deu tão certo que a gastronomia foi incluída naturalmente. “Comprei 13,5 hectares para começar o projeto, que no início era para trabalhar exclusivamente com as escolas, a educação ambiental. Depois as pessoas começaram a vir nos fins de semana para conhecer o espaço, passamos a servir um café e elas começaram a nos perguntar porque não servíamos um almoço típico italiano, já que a estrutura estava toda pronta. E começamos”, recorda Beto.

O café começou a ser servido em 2014, e o almoço três anos mais tarde.

Visitantes do mundo todo

O Aguaí Santuário Ecológico está localizado a cerca de quatro quilômetros da Reserva Biológica Estadual do Aguaí e está inserido em uma área de Mata Atlântica, próximo ao limite dos municípios de Siderópolis e Nova Veneza.

O sucesso é visto pela movimentação nas trilhas, nos demais atrativos e no restaurante. “Recebemos pessoas do mundo inteiro. Dos Estados Unidos, França, Bélgica, Itália, Inglaterra, Alemanha, países árabes. Eles ficam conhecendo através de amigos, ou então são pessoas que estão em algumas empresas na região e aproveitam para conhecer”, fala.

De Florianópolis, Priscila Marques é uma das que foi atraída pela já famosa gastronomia do Aguaí Santuário Ecológico. “Vim com o marido, os dois filhos e amigos. Ficamos sabendo que a gastronomia é diferenciada, então viemos provar”, conta ela, acrescentando que ficou conhecendo o local por meio do Instagram.

Aqueles que pretendem degustar o almoço típico italiano e o café devem fazer as reservas antecipadamente. “Deixamos 15% sem reserva para aqueles turistas que estão passando aqui pela região e resolvem parar para almoçar”, diz.

Adaptação

Devido à pandemia, Beto precisou fazer as adequações necessárias para seguir recebendo os turistas após a reabertura. “No restaurante a gente entrou no regulamento. Atendíamos de 380 a 400 pessoas para o almoço, hoje atendemos 160. Temos o álcool gel, exigimos o uso de máscara, inclusive com um funcionário percorrendo o parque orientando aqueles que tiram a máscara a recolocar”, aponta.

Confira esse e outros conteúdos na edição online de Toda Sexta clicando aqui.

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