Outubro é o mês dedicado à conscientização sobre a psoríase, doença inflamatória crônica da pele que atinge mais de 5 milhões de brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). A campanha busca combater o preconceito e esclarecer que a psoríase não é contagiosa, mas impacta diretamente na qualidade de vida física e emocional dos pacientes.
Para Darline Giusti Minatto, a jornada com a doença ganhou um novo rumo em julho de 2023, quando iniciou acompanhamento com uma profissional que olhou para a doença de uma maneira diferente. No início, a paciente carregava sentimentos de vergonha e insegurança devido às lesões no couro cabeludo e nos pés, além de experiências negativas com outros atendimentos médicos. "Eu estava com muita vergonha da psoríase e de uma lesão no pé que não cicatrizava. Diferente de outros profissionais, eu achei uma médica que foi super humana e profissional: tocou, examinou de perto, analisou cada detalhe. Depois disso nunca mais larguei dela", conta emocionada.
O relato de Darline evidencia um ponto crucial: o acolhimento no atendimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 30% dos pacientes com psoríase podem desenvolver depressão e ansiedade, reforçando a necessidade de um olhar atento para além da pele.
De acordo com a dermatologista Dra. Júlia Zanatta, o manejo da psoríase vai muito além da prescrição de medicamentos. "O tratamento da psoríase exige olhar clínico atento e escuta sensível. Muitas vezes o paciente chega fragilizado pelo estigma. O acolhimento, aliado ao uso das terapias corretas, é essencial para que ele recupere não apenas a saúde da pele, mas também a autoconfiança", reforça a especialista.
A médica de Criciúma reforça ainda a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento contínuo. "Cada caso é único. Quando identificamos a psoríase cedo e ajustamos o tratamento ao perfil do paciente, conseguimos controlar as crises, reduzir a evolução da doença e melhorar significativamente a qualidade de vida. Informação e cuidado são aliados fundamentais nesse processo".
Entendendo a doença
A psoríase se manifesta por meio de placas avermelhadas e descamativas, que podem aparecer em qualquer parte do corpo. Embora não tenha cura, existem tratamentos eficazes, desde medicamentos tópicos até terapias sistêmicas e imunobiológicas, capazes de controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.
Além disso, a psoríase não está restrita à pele: pode estar associada a artrite psoriásica, doenças cardiovasculares, diabetes e síndrome metabólica, exigindo acompanhamento contínuo com especialista.
Sobre a especialista
A Dra. Júlia Zanatta Lazzarin é médica dermatologista formada pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), com residência em Dermatologia na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. Possui experiência internacional, tendo realizado observership em Dermatologia Tropical na Fundação Alfredo da Matta (Manaus/AM) e internship em Dermatologia Clínica no St. George Hospital, em Sydney (Austrália).
Além disso, é membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, do Grupo Brasileiro de Melanoma e da International Dermoscopy Society. Com pós-graduação em Medicina de Família e diversas capacitações em procedimentos estéticos como preenchimento nasal, MD Codes e técnicas avançadas de harmonização facial, a Dra. Júlia alia conhecimento científico, prática clínica e acolhimento humanizado no cuidado integral com a pele de seus pacientes.