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Projeto Elas: “Eu aprendi a ser feliz na medida em que vivi um dia de cada vez”

Adriana Buss Borgert conta a sua história e o amor pelas duas filhas
Por Marciano Bortolin Criciúma, SC, 30/05/2020 - 16:08
Foto: Raquel Luiz/Colaboração
Foto: Raquel Luiz/Colaboração

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Bancária há 12 anos, Adriana Buss Borgert, tem das filhas Beatriz e Bianca a razão de sua vida. A mais velha, Beatriz, que hoje tem 16 anos, nasceu com Síndrome de Down, o que não muda em nada a relação dela com toda a família. “Sempre vi a Beatriz, não a Síndrome de Down. Com as suas limitações sim, mas qual filho não tem as suas limitações? Mãe é aquela que está ao lado para ajudar o seu filho e sempre foi o que fiz, não deixando desanimar. Eu aprendi a ser feliz na medida em que vivi um dia de cada vez. Não vou dizer que nunca chorei, temos que nos permitir isso. Não podemos viver na tristeza, mas ficar tristes em alguns dias, sim”, fala.

Adriana foi entrevistada por Pity Búrigo para o Projeto Elas e conta que um dos momentos mais felizes para ela, foi ver a publicação de um livro escrito por Beatriz. “A Beatriz, apesar de suas limitações, é muito especial na vida da gente. Já escreveu um livro, publicou aos 13 anos”, lembra. 

Livro publicado 

A sugestão foi de uma das professoras de Beatriz após um trabalho apresentado em uma amostra pedagógica. “Quando ela estava no sétimo ano, teve a amostra pedagógica e ela fez um trabalho de releitura dos poemas de Cecília Meireles. Ela fez um trabalho de sala de aula, normal. Durante a amostra, a escola imprimiu e foi bem legal para ela. Uma professora sugeriu a publicação do livro e uma das coisas que sempre fizemos é perguntar se ela realmente quer, se ia deixa-la feliz. Quando perguntei, vi os olhinhos dela brilharem. E foi o que fizemos. Conseguimos editar e publicar o livro que foi vendido na Feira do Livro e livrarias. Foi um sonho para ela. Lançar, dar autógrafos”, enfatiza.

Ela diz que recebeu a notícia de que a primeira filha tinha Síndrome de Down no nascimento de Beatriz. “Recebi a notícia da Beatriz no nascimento dela, eu não sabia na gravidez. No primeiro ultrassom tinha dado a possibilidade. Mas deu o mínimo, que teria uma possibilidade e isso seria confirmado no morfológico, aos cinco meses de gravidez, mas deu tudo normal. E ao nascer, eu tive a notícia. Lembro quando estava na mesa de cirurgia e o médico disse que ia examinar porque a cabeça dela estava inchada. Aquilo ali foi um baque, eu sabia que não ia ser o normal como estava no ultrassom. Então veio a notícia e a confirmação de que a Beatriz nasceu com Síndrome de Down”, completa.

Desafios superados a cada dia

Adriana diz que é tudo novo, pois não há uma receita pronta. “O que se tem até hoje de melhor para o bem deles é a estimulação precoce que é o que a gente fez. Aos 20 dias ela já começou a fazer fisioterapia. Aos dois anos intensificando com fonoaudiologia. Graça a Deus eu tive pessoas muito especiais na minha vida que me ajudaram bastante. A Beatriz sempre estudou em escola regular, claro com as adaptações, e hoje está no primeiro ano do Ensino Médio”, menciona.

Adriana teve Beatriz quando tinha 28 anos de idade e cerca de oito anos depois nasceu a segunda filha: Bianca. Ela relata que a relação entre as duas meninas é realmente de irmãs, com momentos de brigas, mas na maioria do tempo com beijos e abraços. “Quando eu estava gravida da Bianca, ela (Beatriz) tinha oito anos e já dizia que ia ser menina e foi, inclusive ela que escolheu o nome. O recado é dar amor e carinho aos filhos”, ressalta.

Todos iguais

Ela recorda também o momento em que a filha mais nova ficou sabendo que a irmã tem Síndrome de Down. “Um dia falaram para ela que a Beatriz era especial e ela veio me perguntar e dizer que ela também é especial. Então expliquei que era diferente e ela não aceitou e disse: ‘não mãe, a Beatriz é igual a todo mundo’. E é isso que a gente sempre pregou na nossa família e ela veio com este sentimento”, finaliza.


 

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