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"Preocupação é de salvar o maior número de vidas, mas não quebrar as empresas", recua Salvaro

Salvaro organizou um grupo com 15 prefeitos para solicitar uma reunião com o governador Carlos Moisés
Por Heitor Araujo Criciúma - SC, 26/03/2020 - 08:03 Atualizado em 26/03/2020 - 10:19
Foto: Arquivo / 4oito
Foto: Arquivo / 4oito

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Um grupo com os 15 prefeitos das maiores cidades catarinenses reuniu-se por vídeo conferência na última quarta-feira, 25, com o secretário da Casa Civil do Estado, Douglas Borba, para solicitar uma reunião com o governador Carlos Moisés (PSL). O movimento foi iniciado pelo prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSDB). Segundo Salvaro, o objetivo é manter um canal de diálogo com o governo estadual. O prefeito alega que a preocupação, além de salvar as vidas, é com a situação econômica e diz que haverá dificuldades para pagar os salários do município em abril. "No mês que vem temos que escolher quem vai receber".

"A preocupação dos prefeitos não é diferente à do presidente e do governador. É salvar o maior número de vidas, mas também de não quebrar as empresas. É nesse sentido que o presidente pensa, talvez se comunique de uma forma diferente. Temos um presidente que não conversa com os governadores e um governador que dialoga, mas muito pouco, com os prefeitos. Por isso fazer essa reunião", alega Salvaro.

Segundo Salvaro, mesmo com o comércio e o transporte coletivo paralisados e a indústria reduzida, o número de pessoas na rua está aumentando em Criciúma e nos demais municípios. O prefeito diz que, diariamente em situações normais, transitam 650 mil veículos por Criciúma. No primeiro dia da quarentena foram flagrados 190 mil e, na última quarta, subiu para 226 mil veículos. Salvaro reiterou a dificuldade para pagar salários que o município enfrentará.

"Temos feito uma avaliação com a equipe econômica e neste mês tem salário para todos. No mês que vem temos que escolher quem vai receber salário. Não vai ter para todos. Essa é a preocupação que nós temos. A empresa, boa parte delas, vai pagar integral o mês de março. Mas como vão pagar o mês de abril?", aponta.

Após o pronunciamento de Jair Bolsonaro na noite de terça-feira, amplamente criticado por especialistas, deputados e governadores, surgiu no país a possibilidade de isolamento vertical, aquele que determina o confinamento para as pessoas da área de risco do Covid-19: idosos e pessoas com problemas de saúde, em detrimento ao horizontal, que determina o isolamento total das pessoas.

Agora, Salvaro recua no discurso de total isolamento e levanta a dúvida, ressaltando a dificuldade de pagar salário. "Nós temos cumprido os decretos do governador, até porque tem uma constituição que nós cumprimos. A gente quer participar dessa discussão, você não pode ficar numa sala, ouvir dois ou três especialistas, e tomar a atitude por 6 ou 7 milhões de pessoas. A gente encontra discordância entre os próprios profissionais. Uns dizem que isolar de forma vertical é o mais adequado, outros dizem que tem que ser o isolamento horizontal", pondera.

Uma reportagem do jornal El País, em 28 de fevereiro, aponta a mudança de combate da Itália ao coronavírus: preocupado com a situação econômica, após queda da Bolsa de Milão, o governo central italiano negou-se a estipular o isolamento horizontal. Veja um trecho da matéria vinculada no jornal espanhol e traduzida para o português:

"Prefeitos e governos regionais baixaram uma série de regulamentos que foram depois corrigidos ou revogados por ordem de Roma. Por exemplo, algumas regiões sem contagiados, como Marche, decretaram o fechamento preventivo das escolas e proibiram aglomerações públicas. O primeiro-ministro Giuseppe Conte ameaçou contestar a normativa, já que “contribuía para gerar o caos”, e um tribunal acabou por suspendê-la. Na Lombardia, inicialmente os bares foram proibidos de abrir à noite, uma medida que foi revogada dois dias depois".

De lá para cá, o número de mortos pelo Covid-19 saltou de 17, número do dia 28 de fevereiro, para 7,5 mil, atualizado na última quarta-feira, 25 de março. O país entrou em quarentena total apenas no dia 9 de março.

Tags: coronavírus

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