"Quando a gente fala em cidade limpa, estamos falando do trabalho silencioso, mas essencial, que elas fazem todos os dias. É justo reconhecer e agradecer.” Foi com essas palavras que o prefeito de Cocal do Sul, Ademir Magagnin, reforçou a importância das mulheres que cuidam da limpeza da cidade, neste 16 de maio, Dia do Gari.
Em Cocal, esse trabalho tem o rosto de quatro mulheres. Antes mesmo de começarem a varrer as ruas, nesta quinta-feira, elas foram surpreendidas com um café da manhã, oferecido pela Secretaria de Infraestrutura e Desenvolvimento Rural, como forma de valorização e escuta. Estavam no encontro o secretário Pedro Luiz De Fáveri, a vice-prefeita Nega Cittadin e o diretor de Cultura e Turismo, Juarez Fogaça.
“São elas que fazem a diferença. Quando as pessoas passam pelas ruas e dizem que a cidade está limpa, não é o prefeito, não sou eu. São elas. Por isso, a gente precisa estar junto, reconhecer e apoiar. São guerreiras do nosso dia a dia”, disse, orgulhoso, o secretário Pedro de Fáveri. Ele contou ainda que as garis trabalham em duplas, iniciando sempre pelo Centro e se espalhando pelos bairros. “Queremos reforçar a equipe e reestruturar esse trabalho. É um cuidado que precisa ser valorizado”, adiantou.
Entre as homenageadas, está Ana Vaz, de 55 anos. Ela é gari há 15. “Quando comecei, nem sabia que era pra gari. No começo, a gente sente vergonha, não pela gente, mas pelos outros que julgam. Perdi amigas que disseram que eu estava ‘abaixo’ por fazer esse trabalho. Mas eu fui aprendendo a gostar. Quando a gente olha pra trás e vê tudo limpinho, dá uma alegria. Parece que é só varrer, mas não é. É muito mais", contou emocionada.
Ana criou quatro filhos em Cocal. Hoje, todos estão casados. Ela lembra com carinho da ajuda que recebeu da vice-prefeita, ainda nos tempos em que eram vizinhas. “A Nega me ajudou muito. E trabalhar aqui é um orgulho. Só queria que as pessoas tivessem mais respeito. Tem gente que joga lixo na nossa frente, como se fosse nossa obrigação. Mas a maioria é muito querida”, desabafou.
Outra mulher que veste com orgulho o uniforme é Daiane Rosseti, de 35 anos. Há cinco, ela passou no concurso público e segue firme na função. “O maior desafio é lidar com o povo. A gente tá limpando e tem gente sujando. Parece que porque trabalhamos na prefeitura, temos que aceitar tudo. Mas se cada um cuidasse da frente da sua casa ou loja, ajudaria muito”, sugeriu.
Daiane também sente orgulho quando escuta elogios de visitantes. “Já ouvi gente de Porto Alegre dizer que o centro de Cocal é limpíssimo. Dá um orgulho dizer: ‘fui eu que limpei’”.
A vice-prefeita Nega Cittadin reforçou o papel dessas mulheres na rotina da cidade. “Sem elas, o município estaria desorganizado. A cidade limpa que temos passa por esse trabalho digno. E é nossa obrigação como sociedade fazer a nossa parte também, com separação de lixo e reciclagem. São pessoas fundamentais e que merecem todo o respeito”, ressaltou a vice de Cocal.
O diretor de Cultura e Turismo, Juarez Fogaça, também acompanhou o encontro e lembrou que o cuidado com a cidade começa por quem está nela diariamente. “O que elas fazem tem impacto direto na imagem que passamos aos nossos visitantes. É um trabalho cultural, é educação urbana, é zelo. E merece ser valorizado todos os dias”, finalizou.