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Mergulhadores revelam as profundezas da Barragem do Rio São Bento

Como está a antiga igreja que podemos ver a torre? E as casas da região?
Por Erik Behenck Siderópolis - SC, 22/07/2019 - 09:53 Atualizado em 22/07/2019 - 17:11
(Foto: Nikolas Rocha)
(Foto: Nikolas Rocha)

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A Barragem do Rio São Bento é fundamental para o abastecimento de água para municípios como Criciúma, Siderópolis e Forquilhinha. O empresário Dácio Alexandrino e seu amigo Alexandre Régio Gomes mergulharam no local para conhecer as profundezas. Segundo Dácio, não existe lixo por lá, mas a água é pantanosa.

“São 300 metros de mergulho submerso, para a gente ir estudando, para ver se existiam detritos. Encontramos paredes destruídas, já cobertas por uma camada de lodo. A maior parte daquela região até a igreja era pantanoso, mas no interior da igreja isso não acontecia, é uma região com menos fluídos”, disse em entrevista ao Jornal das Nove.

A visibilidade é de 2 a 3 metros, aumentando para 5 metros nas proximidades da antiga igreja. Em relação a ela, a torre continua conservada. “O restante da igreja foi demolido. A gente não conseguiu encontrar nada da igreja que esteja intacto fora a torre”, frisou.

A seguir você confere um texto, com o relato completo de Dácio.

Apesar de estarmos executando um mergulho em pleno inverno, o dia foi perfeito. Com temperatura ambiente em torno de 25 graus, a média de temperatura na água ficou em 16 graus – algo tolerável quando se veste um neoprene de 5mm. A Água fria entra pelos orifícios da extremidade da roupa de exposição (pulsos, tornozelos e pescoço), e rapidamente aquece com o calor do próprio corpo, sendo então retida pela roupa. Congelou um pouquinho os dedos, mas nada que dois marmanjos não aguentem.

A visibilidade da água estava média. Conseguimos uma visibilidade de 2 a 3 metros nos pontos iniciais do mergulho, onde o fundo era mais lamacento, mas a medida que nos aproximamos da igreja, a visibilidade aumentou para uns 4 metros. Por esta razão, você notará que a maior parte das cenas foram feitas bastante próximo das estruturas (pois quando nos afastávamos demais para obter um plano aberto, a igreja desaparecia na “neblina” por assim dizer). Mesmo nestas circunstâncias conseguimos obter cenas super interessantes do local: sua estrutura externa, seu entorno, seu interior e um pouco da vida marinha em sua região. 

O mergulho ocorreu de modo suave, sem surpresas nem quaisquer acidentes. Os mergulhadores partiram da margem, descendo uma área íngreme de pedras de contenção da barragem e iniciando o mergulho a 300 metros da igreja. Utilizamos navegação por bússola para nos orientarmos e vencemos o percurso de 300 metros submersos, emergindo apenas quando estávamos já a poucos metros do destino.

A Torre da igreja está intacta. Seu revestimento cerâmico permanece o mesmo sendo que apenas as partes metálicas e madeira sofreram a ação do tempo. No entorno, várias paredes derrubadas ainda exibem um revestimento cerâmico bem conservado. A visibilidade na região da torre é superior aos demais pontos na barragem – possivelmente porque seu entorno é coberto por concreto e partes da igreja demolida.

Mas a surpresa mais agradável foi a presença de vida abundante. Em todo o percurso, a presença de peixes era tímida: um ou outro peixinho cruzou nosso caminho. Mas ao chegar na igreja, vimos cardumes de peixes com mais de 30 exemplares. Creio que eles utilizem a área como forma de se proteger de predadores: mais lugares para se esconder. Um fato interessante, já que o local era originalmente uma igreja.

Por meio de uma janela frontal da torre, conseguimos acesso ao seu segundo andar: uma pequena área fechada que ficava entre a entrada da igreja com seus arcos e parte superior onde ficava o sino. É um local bastante misterioso e interessante, com uma pequena entrada de luz no teto de onde se pude ver toda a parte superior da torre.

Após a expedição, retornamos submersos para a margem sem maiores dificuldades. Estou bastante feliz por ter realizado um mergulho tão interessante, desvendando mistérios e aprendendo um pouco mais sobre nossa história. Espero que essa aventura sirva de estímulo para que as pessoas curtam ainda mais sua história e belezas regionais, em especial, o adorável povo de Siderópolis e região.

Um obrigado especial ao Sr. Helio Cesa (Alemã) e ao Sr. Gilberto Benedet da Casan por dedicarem um tem.

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