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Doutora Clarissa: a recuperação de uma paciente com Covid-19

Médica foi uma das primeiras a testarem positivo para a doença em Criciúma
Por Paulo Monteiro Criciúma - SC , 01/08/2020 - 10:04
Foto: divulgação
Foto: divulgação

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Médica pediatra, a dra. Clarissa Almeida foi uma das primeiras pessoas de Criciúma a testarem positivo para o novo coronavírus. Ainda na primeira quinzena de março, quando a pandemia começava a dar os primeiros passos em Santa Catarina a suspensão de atividades ainda não havia sido decretada, a médica foi diagnosticada com o vírus. No programa Do Avesso desta semana, Clarissa contou como foi a sua experiência e recuperação frente a Covid-19.

“Eu fui a primeira ou segunda a ficar mal, de fato, no município. Me contaminei no dia 13 de março, sendo que a pandemia começou oficialmente lá pelo dia 16 e 17 daquele mês. Em 20 de março eu me internei e, então, fiquei na Unidade de Terapia Intensiva [UTI] por 20 dias. O tempo de internação foi de, no total, 40 dias”, comentou.

Não é certo como que a doutora acabou contraindo o vírus. Apesar disso, em 13 de março, ela participou de uma reunião da diretoria da Unimed de Santa Catarina, em Concórdia. Na época, com a pandemia ainda parecendo algo mais distante da realidade catarinense, cuidados foram tomados, mas o uso obrigatório de máscara e álcool em gel ainda não existia.

No dia seguinte à reunião, um colega apresentou sintomas e, um dia depois, foi a vez de Clarissa. “Tive febre baixa, dor de garganta e dor no corpo. Me passou pela cabeça ser Covid-19 mas ainda não tinha certeza. Na terça-feira eu fui para Unimed, de máscara, e disse: acho que peguei um bicho. Então colhi o teste PCR e, enquanto o resultado não saía, separei um quarto em casa e fui me isolando, me cuidando e me sentindo muito cansada”, disse.

O resultado positivo veio três dias depois do teste e, de prontidão, Clarissa foi para o hospital para ser internada. No final deste mesmo dia, ela teve de ir para a UTI, já que a tomografia apresentava um comprometimento nos dois pulmões em função do vírus. Sua situação na UTI foi piorando, cada vez com menos saturação de oxigênio e, três dias após a entrada, ela foi entubada.

“Mandei mensagem pro meu filho e marido: estou piorando e acho que vou ser entubada. Cuidem-se, fiquem tranquilos, estou muito bem cuidada. Foi a última coisa que me lembro, porque depois apaguei e não me lembro de mais nada, nem do que falei pros médicos”, relembrou a doutora.

Foram semanas entubada. Nesse meio tempo, o marido de Clarissa também contraiu o coronavírus e ficou internado, mas logo se recuperou. A doutora recuperou a consciência em uma madrugada, ainda um pouco perdida sobre onde estava e quanto tempo havia passado. A alta veio no dia 20 de abril, no dia do seu aniversário.

A recuperação 

Após a alta, Clarissa foi para casa com uma série de cuidados: fisioterapia duas vezes por dia, isolamento e enfermeira trocando o curativo da traqueostomia feita. 10 dias após a alta, ela teve que retornar ao hospital por conta de uma infecção urinária e devido a uma inflamação do intestino, em decorrência da doença.

30 dias depois, após muita fisioterapia e cuidados, Clarissa estava recuperada. “Sempre fui uma mulher muito forte, nunca fui de ficar doente. Ganhava filho de parto normal e, no outro dia, já estava bem e, cinco dias depois, já estava trabalhando. Isso meio que derruba a gente, nos deixa mais sensíveis”, ressaltou.

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