A crise interna que vive o PSL, inclusive com a possibilidade de Jair Bolsonaro deixar o partido, atingiu a bancada na Câmara Federal. O racha da vez é entre o grupo de Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho do presidente, e o Delegado Waldir, líder do PSL na Câmara, que tem o apoio do presidente do partido, Luciano Bivar.

O grupo do clã Bolsonaro agiu na noite de quarta-feira para destituir o líder da bancada e colocar Eduardo Bolsonaro no lugar. O deputado federal Daniel Freitas, que assinou uma lista de apoio ao Delegado Waldir, falou ao programa Ponto Final, da Rádio Som Maior, sobre esse racha partidário.

“O deputado Eduardo Bolsonaro é meu amigo, mas ele organizou uma lista em favor da troca de liderança e fez questão de falar com alguns deputados e outros não. Fiquei sabendo dessa história às 10 horas da noite por outra deputada, que foi chamada e pediu o apoio. Não se trata de estar contra o presidente. O próprio Eduardo tinha aberto mão da liderança da Câmara, agora que houve outra determinação do presidente, deveria ter sido conversado com os outros deputados. Faltou diálogo por parte do governo”, manifestou Daniel.

Com o apoio contrário ao que seria o desejo do presidente, o deputado acabou sendo acusado de "votar contra Bolsonaro" pelas redes sociais. Na avaliação de Daniel, não se trata de votar contra o governo, mas sim lutar pela unidade dentro do partido.

“Eu sou 100% Bolsonaro, todas minhas manifestações e votações demonstram isso. Eu sei o que me trouxe até aqui, as bandeiras que defendemos de mãos dadas juntas, são as mesmas bandeiras: conservadorismo, liberal na economia, contra a corrupção, tudo aquilo que o Bolsonaro defendeu em campanha nós defendemos todos os dias na Câmara”, afirmou.

Daniel Freitas ainda lamentou não estar junto com o presidente em visita a Santa Catarina, o que acusou que pode ter sido um "ato premetidado contra aqueles deputados que não estão na primeira lista de Eduardo Bolsonaro". Para concluir, o deputado afirmou que, em caso de racha entre Bivar e Bolsonaro, tomará o lado do presidente.

“Se deu uma briga entre o presidente e o líder do partido. Essa briga interessa a esquerda, eu tenho procurado buscar a unidade do partido, reagrupar esses grupos divididos. É uma briga burra, porque todos defendemos as mesmas bandeiras”, finalizou.