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Cuidado com a infância é essencial para a formação de pessoas não violentas

Psicóloga explica como o tratamento de uma criança acaba implicando na vida adulta
Por Paulo Monteiro Criciúma - SC , 06/06/2020 - 12:33
Foto: reprodução
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A primeira infância é uma parte essencial para a formação de um ser humano. É lá que ele começa a ter as suas primeiras relações sociais, a entender algumas das características do mundo e principalmente à absorver aquilo que lhe é repassado por parte dos responsáveis. Sendo assim, é essencial ter um cuidado especial com a primeira infância de uma criança, para que ela não cresça e se torne uma pessoa violenta.

De acordo com a psicóloga Ananda Figueiredo, é dos 0 aos 6 anos de idade em que construímos nossa base para a estrutura da personalidade que levaremos para toda a vida. Claro que é possível haver algumas mudanças e ajustes ao longo do tempo, mas a base será uma. 

“É preciso pensar como temos tratado as crianças ao longo dos últimos 100 e 200 anos. Em um recorte mais curte, ver as pessoas violentas hoje em dia. Tratávamos as crianças com desrespeito, com agressividade de todas as formas que pode aparecer, não somente violência física, mas psicológica com uma desqualificação da infância”, destacou a psicóloga Ananda Figueiredo. 

Ananda ressalta que o fruto de um tratamento agressivo na primeira infância vai acabar resultando em quatro estratégias adotada por uma criança, para lidar com isso - os chamados quatro R’s. “A primeira é que ela recue, que seja alguém dissimulada e pense: preciso enganar essas pessoas para não ser pega da próxima vez. Ela aprende a mentir”, citou.

“A outra é reduzir a autoestima. A criança passa a pensar que ela não é uma boa pessoa, que é uma pessoa ruim porque fez algo de errado. Ela pode ainda se tornar uma pessoa rebelde, então quanto mais a gente diz pra ela e a pune para que faça corretamente as coisas, mais ela faz ao contrário para provar que precisa fazer diferente”, disse.

Ela pode se ressentir e adotar inconscientemente, como uma estratégia de enfrentamento da vida, que ela foi injustiçada e a forma que foi tratada não é justa e, então, não pode confiar nos outros. Mas o mais importante: na medida dessas violências, ela pode adotar a retaliação como estratégia. podendo pensar algo como: essas pessoas que estão me violentando estão ganhando, mas agora vai haver uma oportunidade que vou me vingar”, emendou.

Com essa questão de vingança vinda desde a infância “presa” no inconsciente, as pessoas se vingam em alguém que ocupa um lugar subalterno dentro daquilo que ela acredita na sociedade. “Sendo assim, muitos tratam de forma violenta e agressiva outra criança, já adulto, ou pode ir se vingar com outros grupos vulneráveis da nossa sociedade. Pode ser que essa criança cresça e se torne alguém que violente homossexuais, mulheres e pessoas pretas”, declarou.

É então que entra o cuidado especial com a primeira infância, a qual deve ser repleta de carinho e respeito. “Precisamos olhar assim, para transformar a família e também a sociedade, e não ter uma série de eventos de violência”, disse.

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