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Cresce números de internados em UTI por Covid-19 e sinal de alerta é reforçado na Saúde

São 14 pacientes em UTI no município; nos últimos 14 dias, foram quase 100 casos novos de coronavírus confirmados
Por Heitor Araujo Criciúma - SC, 19/06/2020 - 10:17 Atualizado em 19/06/2020 - 10:20
No Hospital São José, são nove internados em UTI (Foto: Arquivo / 4oito)
No Hospital São José, são nove internados em UTI (Foto: Arquivo / 4oito)

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Criciúma chegou ao maior número de pacientes internados por Covid-19. São 45 pessoas, entre casos suspeitos e confirmados, internadas em clínica e UTI. Na última semana, o município registrou dois novos óbitos, após um período de 19 dias sem novas vítimas. A área da saúde continua monitorando a propagação do vírus na cidade, com o alerta ligado para o relaxamento do isolamento social.

Atualmente, são 14 pacientes internados em  UTI na cidade, entre rede pública e privada. Em clínica, são 26, chegando a 40 internados no total. Os dados são do boletim epidemiológico divulgado pela prefeitura na última quinta-feira, e abrange casos suspeitos e confirmados de pessoas da cidade e de outros municípios.

O diretor técnico do Hospital São José, Raphael Elias Farias, mantém o alerta, mas afirma que o número de internações vem mantendo uma média de internações. Pelo Sus, dos 28 leitos disponíveis para a Covid-19, nove estão ocupados - pouco mais de 30% da capacidade. 

"Temos visto que nas duas últimas semanas, no município, um aumento de quase 50% de pacientes internados. No São José a gente vem mantendo uma média, com leve aumento. Estávamos em torno de sete pacientes na UTI, agora chegou a nove. Na clínica, de pacientes que ou estão saindo da UTI ou que chegam ao hospital, são 13 internados", aponta.

O hospital recebeu no começo do mês novos 10 respiradores mecânicos, adquiridos pelo Estado junto à empresa Weg, o que ampliou a capacidade de atendimento de tratamento intensivo no hospital. No dia 24 de maio a ala de UTI do São José esteve em situação mais crítica, com 61% de ocupação - na época com 18 leitos pelo Sus, haviam 11 pacientes internados.

A avaliação dos médicos que atuam no combate à Covid-19 no município é de que as pessoas afrouxaram demais o isolamento social. Além da liberação de comércio, transporte, dentre outros pelo poder público, foi verificado um aumento de reuniões familiares. Quem relata é o presidente da Unimed Criciúma, Leandro Avany Nunes.

"Converso com os pacientes e eles dizem 'fiquei 30 dias e fiz uma festa de domingo com a família', os casos são todos do mesmo perfil. Tem que ter esse cuidado, a gente está liberado para trabalhar, mas não para fazer festa. Outra coisa que acontece é viagem intermunicipal. As pessoas estão indo para Gramado, Camboriú, Florianópolis. Isso, com essa movimentação, o número de casas realmente ia aumentar", afirma Leandro. Na rede privada, são três pacientes internados em UTI e outros 15 em enfermaria. 

As 14 internações em UTI empatam a série histórica de pacientes em tratamento intensivo contra a Covid-19 na cidade. O número foi registrado entre os dias 25 e 26 de maio. Após, houve um período de queda nas internações, chegou três em UTI entre os dias 4 e 7 de junho, mas voltou a subir a partir do dia 15 - saltou de seis para nove, até chegar a 14 no dia 18 deste mês.

Os números de casos confirmados de coronavírus no município também vêm subindo. Em um período de 14 dias, aumentou em quase 100 casos - no dia 2 de junho eram 428 e no dia 18 chegou a 524, sendo 403 pessoas já curadas. 

"Os números sugerem que os casos estão aumentando em termos de gravidade, o que sugere que circula mais o vírus para casos leves também. As pessoas estão menos preocupadas e talvez com uma vida pendendo ao normal, o que nos preocupa. Perdeu-se aquela preocupação maior dos cuidados e as pessoas na rua, fazendo atividades que na verdade poderiam deixar para um segundo momento", avalia Raphael Elias Farias.

O pneumologista Renato Matos, que acompanha as reuniões junto à secretaria de Saúde do município de combate à Covid-19, concorda que houve relaxamento do isolamento social em eventos considerados "não-essenciais". Ele relembra que o vírus continua circulando na região e que o tratamento contra a doença ainda é muito limitado. 

"O que temos visto são situações que não são necessárias. Festas, junções sociais e isso pode confirmar essa tendência de que os casos aumentem. tivemos praticamente seis meses para nos preparar. O que recebemos hoje? 10 respiradores do Estado, se houver situação complicada em dois dias isso se 'gasta'. Está faltando relaxante muscular para os pacientes entubados tenham mais facilidade na respiração mecânica. A nossa estrutura de saúde é simples no número de vaga e vai atender todo o Sul do Estado", alertou.

Para a direção do Hospital São José, esse aumento de internações que voltou a acontecer nos últimos dias reacende o sinal de alerta. "Sempre havia a preocupação que os casos pudessem aumentar, serve para um alerta. Pode ser uma curva de tendência de subida. Orientamos a população que não baixe a guarda para essa doença, porque ela está circulando", diz Raphael Elias Farias.

O presidente da Unimed avalia que a situação na rede privada está tranquila e posicionou-se contrário à possibilidade de uma nova restrição de atividades comerciais no município. "Há o alerta principalmente para medicação e alguns EPIs, mas no momento é suportável. Eu sou terminantemente contra qualquer possibilidade de lockdown, isso não pode acontecer", concluiu.

Tags: coronavírus

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