O advogado do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de Santa Catarina, Chalton Schneider, falou nesta quinta-feira (15), sobre a operação da Polícia Federal no Hospital Infantil Santa Catarina, em Criciúma. Para ele, as denúncias apresentadas em 2022 foram embrionárias para a operação dessa quarta (14).
"Em 2022, o sindicato foi surpreendido com os trabalhadores vindo até lá, afirmando que estavam sendo demitidos e não estavam recebendo a sua rescisão", afirma, em entrevista ao Programa Adelor Lessa.
A denúncia mais grave envolvia o modelo de contratação adotado. “O trabalhador ia lá, deixava esse currículo e depois uma terceira empresa, que não era Ideas, entrava em contato para realizar a contratação. Só que essa contratação era para um sistema chamado sociocotista", explicou. O modelo, segundo ele, não configurava pejotização nem terceirização tradicional, mas uma forma até então desconhecida pelo sindicato.
Segundo Schneider, a empresa investigada foi avisada para buscar sua regulamentação. "O Estado notificou o Ideas para regularizar, o sindicato não tem conhecimento se totalmente foi regularizado. Só que havia a situação dos trabalhadores em que, pese essa regularização, o direito dos trabalhadores não estavam sendo cumpridos", informa. Apesar disso, o advogado destaca a surpresa dos profissionais nessa quarta. "Nós também fomos surpreendidos com essa operação. Mas há ações judiciais em curso e tudo isso vai ser relatado", aponta.
Ainda, ele relata outra situação grave registrada. "O técnico de radiologia estava trabalhando 12 horas. No limite, são 4 horas, porque o excesso de trabalho com o técnico de radiologia pode ter uma contaminação por radiação", destaca.
Ouça, na íntegra, a entrevista do advogado do SindSaúde: