O aumento recente nos casos de Covid-19 acendeu um alerta entre os profissionais da saúde. Um dos sinais desse avanço vem do infectologista Dr. David Uip, que relatou em entrevista na Rádio Som Maior, nesta quinta-feira (09), uma mudança perceptível na rotina de atendimentos. “Entre ontem e hoje, internei três pacientes e atendi dois no consultório. Isso é incomum na rotina pós-pandemia”, afirmou. Segundo ele, esse crescimento de casos geralmente começa na rede privada e, depois, se reflete no sistema público de saúde.
Dr. Davi aponta o esquecimento da pandemia e a queda na adesão à vacinação como fatores preocupantes. “As pessoas esqueceram da pandemia, ela saiu da pauta, não se vacinam e o vírus continua circulando”, destacou.
Apesar do aumento de casos, o infectologista esclarece que a nova variante em circulação não é mais agressiva do que as anteriores. No entanto, ainda representa risco para grupos vulneráveis. “Nos jovens vacinados e imunocompetentes, a doença se manifesta como uma gripe. O problema está nas pessoas mais velhas, com comorbidades, e principalmente nos não ou pouco vacinados, que podem desenvolver formas graves da doença”, explicou.
Sobre a vacinação, Dr. Davi reforça a segurança dos imunizantes e a importância de continuar vacinando. “Mais de 12 bilhões de pessoas já foram vacinadas no mundo. Os efeitos colaterais são de aproximadamente 0,002%. Tudo tem efeito adverso, mas o risco-benefício da vacina é incontestável. É insustentável que ainda haja pessoas que falem contra a vacina ou se recusem a tomá-la”, afirmou. Dr. Davi também relembrou a gestão da pandemia nos primeiros anos, especialmente em São Paulo, onde atuou na coordenação da resposta à crise sanitária. Ele destacou a ampliação de leitos de UTI, a importância do distanciamento social e o esforço para preparar equipes médicas em tempo recorde.“Já é do calendário, obrigatório de vacinas já do Ministério da Saúde, então, são fatos. Primeiro, entender que a vacina está aí, segundo, não esquecer do que nós passamos, terceiro, fazer o que é mais útil, mais eficaz, mais eficiente, que é vacinar. E quarto, as pessoas tem que parar de falar besteira sobre a vacina,”, ressaltou.
Ouça na íntegra a entrevista com infectologista Dr. Davi Uip: