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Adultização infantil: dermatologistas alertam para riscos do uso precoce de cosméticos

Tendência de skincare e maquiagem entre crianças acende sinal de alerta

Por Redação Criciúma, 30/09/2025 - 16:35 Atualizado há 3 horas
Foto: Divulgação
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Recentemente, o tema da adultização ganhou destaque nas discussões da sociedade brasileira. A expressão se refere à antecipação de comportamentos, responsabilidades e cobranças próprias da vida adulta na fase da infância, algo que pode afetar desde a saúde emocional até a relação das crianças com o próprio corpo. Na dermatologia, o debate passa pelo uso cada vez mais precoce de maquiagens, cosméticos e produtos de skincare.

De acordo com a dermatologista Ana Carolina Búrigo, da Clínica Belvivere, a pele da criança não é apenas uma versão em miniatura da pele adulta, mas possui características próprias que exigem cuidados específicos. "A pele infantil absorve mais os produtos, já que as células têm menor coesão. Por isso, substâncias químicas de maquiagens e cosméticos feitos para adultos penetram com mais facilidade e podem causar irritações ou alergias", explica.

Segundo a médica, os cuidados essenciais com a pele das crianças incluem higiene com sabonetes adequados, uso de protetor solar específico para a infância e, em muitos casos, hidratação. "Maquiagens infantis podem ser usadas no contexto lúdico, como brincadeira, mas não devem se tornar rotina nem ser substituídas por produtos de uso adulto", reforça.

Imagem distorcida já na infância

Para além dos efeitos físicos, Ana Carolina chama atenção para o impacto psicológico do consumo precoce de maquiagem e filtros de imagem. "Se uma criança com pele saudável sente necessidade de cobri-la com maquiagem, isso pode indicar uma distorção da própria imagem. Na vida adulta, essa percepção pode gerar inseguranças e até desordens como a desmorfofobia, que é enxergar defeitos inexistentes", afirma.

A influência das redes sociais na adultização é outro ponto a ser considerado pelos pais e responsáveis. A exposição precoce das crianças a ambientes digitais pode ampliar cobranças e julgamentos sobre aparência e comportamento, além de antecipar expectativas que deveriam estar restritas à vida adulta. Para ela, esse cenário exige acolhimento, disciplina e diálogo por parte dos pais, para que a criança viva plenamente sua fase de desenvolvimento.

O crescimento da indústria de cosméticos voltados para o público infantil reforça o debate. "A fase adulta vai chegar de qualquer forma. Diminuir o tempo de ser criança pode comprometer a formação emocional e psíquica que é tão importante para a vida adulta", alerta a dermatologista.

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