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A abrangência artística de Lenine

Criciúma verá pela primeira vez o compositor pernambucano, às 21h desta sexta-feira no AM Master Hall
Por Heitor Araujo Criciúma - SC, 27/09/2019 - 13:38
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

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Definir estilo musical é sempre complicado, especialmente na Música Popular Brasileira, com a velha mania de misturar o que encontra pela frente. É essa velha mania que faz a música do país constantemente revelar expoentes, como é Lenine. Nesta sexta-feira, 27, em parceria com a Camerata de Florianópolis, o músico pernambucano faz sua primeira apresentação em Criciúma, a partir das 21h, no AM Master Hall.

A mistura com a música clássica é algo presente na música do artista, que também usa elementos regionais e internacionais. Mas o que é regional e o que é internacional na música? Como se define Lenine? É a pergunta que nem o próprio artista sabe responder.

"Eu não gosto de adjetivar nada depois da palavra música. Só permito um sinal de reticências depois da palavra música. Eu gosto de tudo, ouço de tudo, gosto da música como uma alavanca de transformação. Aí ela não tem arestas nem regionalismos", divagou Lenine, em entrevista ao programa Do Avesso, da Rádio Som Maior.

O espetáculo da noite desta sexta-feira é uma realização da Rádio Som Maior. Lenine já adiantou que os "clássicos" não faltarão: são as músicas intrínsecas a Lenine e que o público espera sempre ouvir: Paciência, Hoje eu Quero Sair Só, Jack Soul Brasileiro, reticências. "Pude perceber muito cedo que eu fazia uma música híbrida, que despertava interesse até fora o país. Canto em português, amo essa língua, mas a música é universal", pondera.

Lenine leva a tranquilidade de uma pessoa normal; o próprio justifica que a música é uma profissão como qualquer outra, mas que tem o poder de transformar e de relatar; um repórter da sua época. "Eu tenho inúmeros relatos de pessoas comentando que estavam em momentos de fragilidade na vida e que determinada canção foi uma alavanca emocional e a tirou da tristeza. Me orgulho muito em saber que algumas músicas conseguem tocar a alma das pessoas", falou. "Eu e Camerata estaremos mostrando o Brasil de hoje, o Brasil de sempre, mostrando minhas composições", projetou sobre o espetáculo da noite desta sexta.

E o Brasil?

A música, como diz Lenine, é uma reportagem da época, assim como todas as outras formas de arte. A arte fala das coisas boas, mas também questiona as ruins. É impossível delimitar o tamanho, o espaço e a abrangência artística, e o entorno acaba construindo e modificando as composições. Sobre o momento do país, Lenine, um cara de bem com a vida, demonstra ceticismo. 

"Tudo o que me incomoda e me comove, entra no meu trabalho e nas minhas composições. A gente vive uma distopia tão estranha, que me dá uma desesperança no ser humano. Não acredito na belicosidade. Acredito no afeto, a maior tecnologia do ser humano é o afeto. Eu não abro mão desse caminho. Quando vejo a nação com o presidente reverberando o contrário do afeto, isso me causa desespero e desesperança". 

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