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Viaje pela história da Via Rápida

Expressa, Rápida, polêmica, atrasada e, hoje, inaugurada: conheça a trajetória
Por Clara Floriano Criciúma - SC, 20/12/2017 - 06:02 Atualizado em 20/12/2017 - 14:26
(foto: Lucas Colombo)
(foto: Lucas Colombo)

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Inicialmente anunciada como Via Expressa, a Via Rápida que liga Criciúma à BR-101 será inaugurada oficialmente nesta quarta-feira, 20 de dezembro. Com 12,7 quilômetros de extensão em pista dupla, a obra conta com 17 viadutos e está projetada para receber 22mil veículos ao dia. Além disso, estima-se que a Via Rápida diminua o trajeto entre o Centro de Criciúma e a BR-101 de 25 para oito minutos. O Governo do Estado investiu aproximadamente R$ 150 milhões, sendo R$ 133 milhões na execução do projeto e R$ 20 milhões em desapropriações.

Essa é, sem dúvida, a principal obra de infraestrutura e mobilidade do Sul Catarinense dos últimos anos! Uma obra que vai afetar positivamente toda a região. E, sendo assim, fazemos questão de contar essa história nas linhas abaixo, com informações e entrevistas em áudio e texto. (Está sem tempo? Não tem problema! Clique aqui e veja nossa timeline resumida)


Via Expressa

A ideia de fazer uma rodovia capaz de ligar Criciúma a BR-101 em pouco tempo foi do empresário Olvacir Fontana, em 2006, na época Secretário de Planejamento do governo interino de Eduardo Pinho Moreira. A proposta era tão revolucionária que parecia loucura aos olhos do então governador Moreira, como explica Fontana:

“Queríamos fazer algo diferente, algo que premiasse Criciúma. A BR-101 devia estar dentro do município. Prontamente eu liguei para o governador Eduardo Pinho Moreira e apresentamos a ideia. E ele falou: vocês estão loucos, vocês acham que essa obra é possível? E falamos que era possível. A SC Parcerias tem os recebidos do Governo do Estado e  nós podemos aportar recursos nessas obras. Temos uma licitação guarda-chuva para fazer o projeto e amanhã mesmo nós contratamos a Prosul para fazer o projeto”, disse Fontana.


Resgate

Mesmo com esse pontapé inicial em 2006, foi só em 2011 quando Raimundo Colombo assumiu o Governo de Santa Catarina, que o então presidente do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), Paulo Meller resgatou o projeto. Do projeto original, apenas 50% foi aproveitado.

“No projeto original seria uma rodovia pedagiada. Dessa forma, não poderiam ter diferentes acessos para não ter o que chamamos de ‘fugas’, onde os motoristas podiam fugir de pagar o pedágio”, explicou Meller.

O obra que será inaugurada hoje, segundo Meller, é feita com 99% do projeto feito após a primeira modificação, salvo algumas pequenas alterações.

O surgimento da “Via Rápida”

Inicialmente a proposta foi encaminhada ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Foi a primeira rodovia duplicada financiada pelo banco. Foi a partir deste momento que deixou de ser a Via Expressa e passou a ser a Via Rápida, já que o BID só financiaria uma rodovia que tivesse o limite máximo de 100 km/h.

Saindo do papel

Foi no dia 31 de maio de 2012 que foi anunciado o processo de licitação da Via Rápida. O anuncio foi feito na sede da Associação Empresarial de Criciúma (Acic) pelo Governador Raimundo Colombo e pelo vice Eduardo Pinho Moreira.

Governador Raimundo Colombo na cerimônia de anuncio da Via Rápida (foto: Arquivo/Acic)

Início das obras

As obras começaram no dia 5 de fevereiro de 2013, com a Ivaí Engenharia de Obras S/A responsável pelo Lote 1 e a criciumense Setep responsável pelo Lote 2. Uma solenidade com autoridades como o então Secretário de Infraestrutura do Estado, Valdir Cobalchini, o vice-governado do estado Eduardo Pinho Moreira, o governador Raimundo Colombo e pelo então presidente do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), Paulo Meller. A cerimônia aconteceu onde a obra seria iniciada de fato, na rua Vereador Matias Ricardo Paes, no bairro Jardim Maristela, em Criciúma. Inicialmente o investimento previsto era de R$ 92,9 milhões em um investimento

Cerimônia antes do incício das obras (foto: Arquivo/Acic)

Ação paralisa as obras

No dia 13 dezembro de 2013, uma ação do Ministério Público Federal paralisou as obras, para que um relatório sobre os impactos fosse emitido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Isso porque um mês antes, o Instituto divulgou a informação que os sítios arqueológicos não estariam sendo preservados pelo Deinfra.

“As obras ficaram paradas por menos de uma semana. O IPHAN viu que o sítio arqueológico tinha sido prejudicado não pela obra, mas por agricultores”, contou o então presidente do Deinfra, Paulo Meller.

Empresa destrói parte da construção

No dia 9 de setembro de 2014, parte da construção da Via Rápida na Próspera, foi destruída. Um prejuízo orçado em quase de R$ 300 mil e dois meses de trabalho perdidos. A responsável pela destruição, a empresa Portal e Administração de Bens e Imóveis Ltda., justificou a ação dizendo que o terreno onde o Deinfra estava construindo a estrutura era uma propriedade privada e não tinha autorização para construir no local.

O estado custeou a reconstrução da estrutura. O processo para que a empresa pague pelo dano causado tramita até hoje na justiça.

(foto: Renam Medeiros/Arquivo/ATribuna)

Atraso

A Via Rápida, que começou a ser construída em 2013, tinha previsão de entrega para 2015. Entretanto, a obra enfrentou problemas com o deslocamento de redes de água da Casan e energia da Celesc, as desapropriações de terrenos ao longo da rodovia e as exigências dos moradores do bairro Poço Oito, que reclamavam que, pelo projeto original, perderiam o acesso à rodovia federal.

Contagem Regressiva

No dia 29 de junho de 2017, o secretário de Infraestrutura do Estado, Luiz Fernando Cardoso, o Vampiro, prometeu que no dia 20 de dezembro do mesmo ano entregaria a Via Rápida aos cidadãos do sul de Santa Catarina. No dia seguinte, Archimedes Naspolini Filho começou a contagem regressiva para a inauguração da obra. Faltavam 202 dias.

Segundo Naspolini, ele não imaginava que a campanha teria tamanha adesão do público. “Mais ou menos um mês depois que eu iniciei a contagem foi que percebi que as pessoas abraçaram a causa. Naquele determinado dia eu não fiz a contagem e as pessoas começaram a me cobrar. Não imaginava que tomaria essas proporções, estou recebendo mensagens creditando a contagem que eu fiz. As pessoas dizem que ela foi responsável por compromissar o Vampiro”, revelou.

O secretário confirmou que a contagem de Naspolini foi importante para que o prazo de entrega fosse respeitado. “Eu gostaria de agradecer a cobrança que foi feita pela Som Maior. O Archimedes cobrando foi fundamental. Ele começou a fazer a cobrança de maneira voluntária e a cobrança começou a envolver a cidade. As pessoas começaram a me cobrar. E nós cumprimos, com uma hora de antecedência”, disse.

A tão esperada Via Rápida

Foram 11 anos entre a apresentação da proposta, resgate do projeto, início e conclusão das obras. “Dia 20 de janeiro de 2017, embarcamos num ônibus e fomos fazer uma vistoria. Fomos vendo uma série de desafios ao longo da obra. E nós chegamos no Túnel do Poço Oito e o Ademir Locks da Setep falou que se entregássemos o trecho todo desobstruído até fevereiro de 2017, em março trabalhariam full time e entregariam a obra até o fim do ano. Eu assumi o compromisso e nós marcamos a inauguração pro dia 20 de dezembro às 11h”, relembrou.

Não foi um trabalho fácil, foram diversos problemas financeiros, administrativos e judiciais, mas hoje, às 10h a maior obra de infraestrutura do Sul de Santa Catarina será entregue aos cidadãos.

Tags: via rápida

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