A NossaCasa está completando 40 anos de fundação. Hoje grande organizadora de feiras e eventos de Criciúma e região, inicialmente foi criada como uma agência de publicidade, em 13 de maio de 1985. A partir dos anos 2000, a empresa passou por uma mudança, e se reinventou como produtora de eventos, consolidando-se como referência em turismo de negócios no Sul de Santa Catarina.
Segundo Willi Backes, fundador da Nossacasa, a transição começou de forma natural. “Muitas vezes a gente era requisitado para organizar feiras para os nossos clientes”, relembra o empresário, em entrevista ao Programa Adelor Lessa, na Rádio Som Maior. Em seguida, a agência passou a produzir eventos próprios. Assim, surgiram então feiras como a Tecnometal, e, principalmente, a CasaPronta e a Agroponte, entre outras. Hoje, os eventos somam mais de 140 edições realizadas.
Agroponte
Para o fundador, o maior desafio da empresa, durante as quatro décadas, foi tirar a Agroponte do Papel. "Isso aqui não tem tradição pra isso, não tem mercado pra isso, Willi”, relata ter ouvido diversas vezes. Apesar de ir contra as apostas, o empreendedor insistiu, até dar certo. "Os primeiros anos foram bem difíceis mesmo. Até internamente, havia uma discussão interna no escritório de continuar ou não. Continuou porque ele bateu o pé”, conta Jaqueline Backes, filha de Willi, e também integrante da empresa desde os anos 2000.
Conforme Jaqueline, a feira funciona não só pelo município de Criciúma, mas sim graças à participação dos municípios vizinhos, que tem a economia voltada para a agricultura. “Nada melhor do que fazer em Criciúma, uma cidade que tenha estrutura, hotelaria, fornecedores e comunicação para realizar um evento como a Agroponte”, afirma. A Agroponte, que em 2025 realiza sua 14ª edição, se tornou uma ponte entre o campo e o mercado consumidor.
História marcante
Um marco inusitado na história da Nossacasa foi quando foi a realização de um desfile de moda, dentro de uma mina de carvão ativa. O fato aconteceu na mina Morosini, em Treviso. “Foi um desafio muito grande que a gente fez e deu muito certo. Trouxemos pra cá 300, 400 formadores de opinião, gente da moda. Preparamos tudo e a mina funcionando”, lembra Willi.
Futuro
Apesar do sucesso, os desafios continuam. A falta de um centro de eventos com estrutura adequada em Criciúma tem dificultado a manutenção e expansão das feiras. “A Agroponte ocupa quase 30 mil metros quadrados. A gente precisa de uma área muito superior”, diz Jacqueline. Sem espaço adequado, a continuidade da Agroponte na cidade está ameaçada. “Mais uma, duas edições da Agroponte e eu não vou ter mais aquela área para estacionamento”, alerta Willi. O risco, segundo ele, é a feira migrar para Florianópolis.
Para os próximos anos, Willi critica a lentidão da prefeitura com as organizações do aniversário de 150 anos, em 2030. "Wu participei efetivamente do centenário de Criciúma. Na época eu trabalhava na RBS e me colocaram como responsável pela divulgação do evento. 1980. Nós estamos há cinco anos do sesquicentenário, e ninguém fala nada, ninguém projeta nada, ninguém pensa nada", aponta.
Ouça, na íntegra, as entrevistas de Willi e Jaqueline Backes: