A suspensão da cobrança do estacionamento rotativo em ruas dos bairros Comerciário e Pio Corrêa, após acordo entre Ministério Público, Prefeitura de Criciúma e a empresa Gerestar, abriu espaço para um novo debate: a forma como o sistema foi implantado. Representantes das associações de moradores dos dois bairros cobram que a retomada do serviço, se ocorrer, seja baseada em critérios técnicos e com a participação efetiva da comunidade. “A prefeitura fez a expansão do rotativo sem planejamento, sem ouvir a comunidade e sem respeitar os critérios estabelecidos pela própria lei municipal”, afirmou o presidente da Associação de Moradores do Pio Corrêa, Renan Búrigo, em entrevista ao Programa Adelor Lessa, da Rádio Som Maior. “Tentamos diversas vezes abrir diálogo, mas não fomos recebidos. Foi preciso acionar o Ministério Público para sermos ouvidos.”
A legislação vigente determina que o estacionamento rotativo deve ser aplicado em vias com predominância de comércio e serviços, o que, segundo as lideranças comunitárias, não se aplica à maioria das ruas incluídas na ampliação. A Justiça homologou o acordo e concedeu à Prefeitura o prazo de 60 dias para apresentar um novo estudo técnico sobre as áreas onde o sistema poderá ou não ser mantido. “Não somos contra o rotativo. Entendemos sua importância para a cidade e para os estabelecimentos. Mas ele precisa estar onde realmente há necessidade. Em ruas essencialmente residenciais, isso não se justifica”, disse o vice-presidente da Associação de Moradores do Bairro Comerciário (Ambac), Sérgio Biava.
Ele reforçou que a Ambac continuará acompanhando o processo de elaboração do novo estudo técnico. “Queremos garantir que ele seja feito com base em dados reais, e não apenas para justificar a manutenção da cobrança. Também esperamos que a comunidade seja ouvida durante esse processo.”
As associações destacaram ainda que a abertura de um canal direto de diálogo entre o Executivo e os representantes dos bairros, anunciada recentemente pelo prefeito Vaguinho, precisa ser efetiva. “Esperamos que esse canal funcione de verdade e que a Prefeitura esteja disposta a ouvir a população em todos os assuntos, inclusive no rotativo, e não apenas quando for conveniente”, completou Biava.
Ouça na íntegra o que disseram o o presidente da Associação de Moradores do Pio Corrêa, Renan Búrigo e o vice-presidente da Associação de Moradores do Bairro Comerciário (Ambac), Sérgio Biava: