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Crise econômica afeta indústrias químicas no sul de Santa Catarina

Setor enfrenta queda nas vendas, aumento de custos e excesso de capacidade ociosa,

Por Redação Criciúma, 21/08/2025 - 15:33 Atualizado há quase um minuto
Foto: Divulgação
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O setor químico da região Sul de Santa Catarina tem enfrentado um cenário de retração nas vendas, aumento de custos e forte insegurança econômica. A combinação de fatores como juros elevados, queda no consumo, aumento das tarifas de importação e elevação dos custos logísticos vem impactando significativamente a competitividade das empresas instaladas na região.

Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Químicas do Sul Catarinense (Sinquisul), empresário Valdinei de Souza, o momento exige atenção redobrada de todos os agentes envolvidos.

"Estamos vivendo uma fase crítica no setor químico, com impactos que vêm de várias frentes: cenário econômico instável, retração do mercado interno e externo, aumento de insumos e carga tributária. A ociosidade produtiva é uma realidade em diversas empresas e há preocupação com a manutenção das atividades na região", destaca.

"É primordial que, neste momento de crise setorial tão profunda, sejamos conscientes que precisamos fazer todos os esforços, de forma conjunta, para que o prejuízo social seja o menor possível", alerta.

Segundo Ilmar Broch, gerente comercial de uma das empresas associadas ao sindicato, que atua nos segmentos de repintura automotiva, indústria moveleira e metalmecânica, o início de 2025 foi marcado por um breve aquecimento nas vendas, impulsionado pela expectativa de aumento de preços. No entanto, esse movimento foi seguido por uma retração em todos os setores que a companhia atende.

"No final do primeiro trimestre, ficou claro que parte da demanda foi motivada por compras antecipadas. A partir de março, houve retração em todos os segmentos em que atuamos. Indústrias de equipamentos agrícolas e rodoviários reduziram o consumo, revendas de repintura automotiva registraram queda e a exportação foi impactada pela dificuldade de acesso ao dólar em países da América Latina", explica Broch.

Tributos

Além da retração da demanda, o aumento da carga tributária tem afetado diretamente a indústria. O gerente administrativo e comercial de uma empresa também associada ao Sinquisul, Reginaldo Duminelli Scarsi, destaca o impacto da taxação antidumping sobre o dióxido de titânio, pigmento essencial na produção de tintas.

"A sobretaxa chega a 60% e não conseguimos repassar ao mercado. Isso pressiona ainda mais as margens, que já estão bastante comprometidas. Observamos uma ociosidade média de 30% nas operações", afirma.

Scarsi também aponta a retração na produção de embalagens entre os clientes da empresa e a falta de previsibilidade no ambiente econômico.

"A incerteza quanto ao futuro do país, por conta dos gastos descontrolados do governo que impedem a redução da taxa de juros, inibindo investimentos, tem travado a economia e se traduzido em um ambiente econômico de insegurança. Todo esse cenário reflete em nossas indústrias", completa.

Reflexos da crise da construção civil

No setor de colorifícios, os reflexos da crise da construção civil, que já dura mais de dois anos e meio, têm sido severos. De acordo com João Batista Borgert, diretor de uma empresa do segmento, a elevação das taxas de juros tornou o crédito mais caro e escasso, atingindo diretamente setores dependentes do financiamento, como o da construção.

"A cadeia cerâmica, fortemente ligada à construção, está comprimida pela redução do consumo. Empresas da região enfrentam custos operacionais elevados, como gás e logística, além de aumentos acima da média nacional na mão de obra. Esse ambiente dificulta qualquer planejamento estratégico", avalia.

Borgert alerta ainda para um movimento crescente de desindustrialização regional, com empresas transferindo operações para outros estados em busca de melhores condições.

"Temos metade da capacidade instalada ociosa. É um momento crítico e precisamos de ações conjuntas para minimizar os impactos sociais dessa crise e tentar vislumbrar um horizonte mais positivo no futuro", finaliza.

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