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[Áudio] Criciúma 100 Anos

Ouça o documentário produzido pelo jornalista Nei Manique

Por Redação Criciúma 100 Anos , 09/06/2025 - 09:26 Atualizado em 25/07/2025 - 08:04

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Episódio 34 - A VOLTA DE ALTAIR
A campanha para prefeito de Criciúma em 1988 teve dois candidatos de peso e um terceiro correndo por fora.
O PMDB de José Augusto Hülse lançou o cardiologista Eduardo Moreira, eleito deputado federal dois anos antes.
O adversário em potencial era o ex-prefeito Altair Guidi. O azarão, o advogado Mílton de Oliveira, do Partido dos Trabalhadores.

A surpresa naquela eleição foi a extraordinária votação de Mílton.
Ele recebeu mais de 15 mil votos ou 20% do total, aniquilando as projeções favoráveis ao candidato de Zé Augusto.
Eduardo contabilizou mais de 26 mil votos e Altair pouco mais de 27 mil.
Na soma e por apenas 724 votos, Altair retornou à prefeitura.


 






Episódio 33 - DOIS VEREADORES DE FORQUILHINHA
Em 1988, o Brasil ganhou uma nova Constituição e elegeu novos prefeitos e vereadores.
Em Criciúma, uma tensa campanha eleitoral teve como antessala dois plebiscitos no primeiro domingo de setembro.
Na Forquilhinha, a população votou maciçamente pela emancipação do distrito, exceto na Mãe Luzia.
No Rio Maina, bateu na trave por falta de quórum.

Aprovada em plebiscito, a emancipação de Forquilhinha só seria validada por lei estadual em abril do ano seguinte.
O que acabou gerando, no mínimo, duas controvérsias paroquiais.
A primeira: o eleitorado do futuro município pode votar e decidir a eleição de prefeito de Criciúma.
A segunda: na eleição de 21 vereadores, cravou dois, Bruno Back e Valberto Arns.

Episódio 32 - JASC E UM PAVILHÃO DE EXPOSIÇÕES
Em 1987, a visibilidade obtida pela Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo carecia de um evento na raia esportiva.
Foi o que levou Aírson Soares da Rosa a trazer de volta a maior competição amadora do estado, os Jogos Abertos.
Em outubro, um Estádio Heriberto Hülse lotado aplaudiu a abertura na voz de um criciumense raiz, o jornalista Celso Freitas, da Rede Globo.

Dois meses após os Jasc e na contagem regressiva para deixar a prefeitura, Aírson cumpriu promessa feita ao empresariado.
Em dezembro de 87, ele e o prefeito José Augusto Hülse inauguraram o Pavilhão de Exposições Maximiliano Gaidzinski na BR-101.
Um público expressivo, incluindo dirigentes da Acic e da Fiesc, conferiu a quarta edição da Feira do Vestuário e a 1ª Feisul.

Episódio 31- A MARCA DA SAÚDE 
Se turismo e educação projetaram o governo de José Augusto Hülse lá fora, o destaque doméstico foi na saúde.
Visionária, a secretária Dizelda Coral Benedet calçou a sua gestão em três eixos: Promoção Social, Habitação e Saúde, inspirados na gestão anterior de Dirceu Carneiro em Lages.
Promoção Social e Habitação ficaram com os ex-sindicalistas Jorge Feliciano e Ademir Klein.
Já a saúde foi entregue a um jovem médico, pouco conhecido por aqui: Orazil Pina.

Em poucos meses, Orazil implementou programas ousados como Saúde Preventiva e Médicos de Família. 
Cerca de duas dezenas de profissionais da área foram contratados em outras cidades para atendimento em tempo integral.
O resultado foi a ampliação do número de unidades de saúde em bairros, reduzindo filas de espera no então Inamps. 
Com forte aprovação popular, a saúde virou referência na administração de Zé Augusto.

 






OS "FISCAIS DE SARNEY"
O ano de 1986 começou muito mal nos Estados Unidos.
No dia 28 de janeiro, a explosão do foguete da nave Challenger matou seus sete tripulantes.
No Brasil, os ventos soprariam noutra direção um mês depois quando o ministro da Fazenda, Dílson Funaro, anunciou o Plano Cruzado.
Uma nova moeda e um rígido congelamento de preços ganharam enorme apoio popular.
Surgiram até "fiscais de Sarney" puxando o Hino Nacional nas portas de supermercados.

Nas eleições de novembro, o sucesso do Plano Cruzado elegeu 22 governadores do PMDB nos 23 estados. A goleada incluiu Pedro Ivo Campos em Santa Catarina e dois senadores, Dirceu Carneiro e Nélson Wedekin.
Só que com os votos ainda quentes, o plano deu com os burros n'água e o congelamento de preços afundou.
Várias capitais registraram manifestações, quebra-quebra e saques em supermercados.

 
Episódio 29 - A NOVA REPÚBLICA

A eleição de Tancredo Neves à presidência do país abriu bem o ano de 1985.
Embora indireta, a votação em janeiro marcou o fim do regime militar, mas a alegria durou pouco.
Empossado em 15 de março num leito hospitalar, o ex-governador de Minas faleceu no dia 21 de abril.
Sob os holofotes da chamada Nova República, o vice José Sarney governaria o Brasil até março de 1990.

A redemocratização trouxe de volta a eleição de prefeitos nas capitais já em novembro de 1985.
A campanha em Floripa foi pura alquimia.
Adversários em 82, o governador Esperidião Amin e o ex-senador Jaison Barreto viraram aliados.
A Aliança Social Trabalhista lançou Francisco de Assis, do PDS, com Manoel Dias, do PDT, de vice.
O PMDB apostou no deputado Édison Andrino e ganhou de braçada: 48% dos votos contra 36 do Chiquinho.


Episódio 28- O PIONEIRO NO SUL 

A Feira da Indústria do Vestuário de Criciúma sinalizou a ascensão do setor entre parceiros bem mais robustos, como o carvão e a cerâmica.
Em poucos anos, o município viraria referência nacional no segmento jeans.
Com a economia apostando na diversificação desde a década anterior, era o comércio que agora esperava o seu aporte.

No final de novembro de 1984, Criciúma inaugurou o primeiro shopping center no sul do estado.
O Shopping Della Giustina foi um divisor de águas, começando pelo horário de atendimento ao público.
Lojas, praça de alimentação e cinemas consolidaram o empreendimento.
Nos anos seguintes, as grandes redes descobririam a cidade e estabelecimentos tradicionais cederiam seus espaços

 





Episódio - 27 DIRETAS JÁ!

O ano de 1984 foi o mais emocionante e frustrante àquela geração que nunca havia votado para presidente.
Com seus comícios arrebatadores nas capitais, a campanha das Diretas-Já varreu o Brasil.
Sob o governo de um prefeito da oposição, Criciúma aderiu com tudo à mobilização em defesa da Emenda Dante de Oliveira.
Pelo menos uma das manifestações botou gente pelo ladrão na Praça Nereu Ramos.

Para infelicidade geral da Nação, a emenda não obteve quórum no Congresso na noite de 25 de abril.
A decepção somou-se ao desconforto causado por uma economia desorganizada, uma inflação em alta e uma moeda em queda livre.
No sul do estado, porém, o pior viria numa manhã de setembro.
No alvorecer do dia 10, a explosão de uma mina na localidade de Santana, em Urussanga, ceifou 31 vidas.


 







Episódio 26
Uma quantidade jamais ouvida de diferentes sotaques tomou conta de Criciúma em janeiro de 1984.
Não, não eram turistas.
Eram professoras e professores de vários estados participando de um congresso nacional da categoria.
Palestras e debates ocuparam o teatro e o ginásio de esportes no Parque Centenário.
Já as atividades "extracurriculares" lotaram bares, restaurantes e praias da região.

O que trouxe um evento desse porte a Criciúma foi outra novidade no Governo José Augusto Hülse.
Um ano antes, o professorado visitou bairros e casas de estudantes para conhecer as suas realidades.
Nas salas de aula, o processo ganhou o nome de Educação Popular.
Sob a gestão do secretário Édson Rodrigues, mais tarde reitor da Unesc, rolou até eleição de diretoras de escolas.
E a fama da cidade correu o país.

 






UMA MINA ABERTA AO PÚBLICO
Entre as secretarias de José Augusto Hülse a que mais projetou Criciúma lá fora foi a de Turismo.
Entregue a Aírson Soares da Rosa, a nova pasta bancou várias realizações.
Uma delas foi a Mina Modelo Caetano Sonego, implantada no bairro Mina Brasil.
A primeira atração turística na história do município.

Com foco na divulgação de Criciúma, Aírson Soares da Rosa dedicou-se também à realização de feiras.
A primeira foi a Feivec - Feira da Indústria do Vestuário, realizada no Ginásio Irmão Walmir Orsi em 1984.
O espaço considerado modesto demais para o potencial do setor deu gás a uma antiga reivindicação.
A necessidade urgente de Criciúma contar com um pavilhão de exposições.

 





Episódio 24 - O POVO FALA E DECIDE
No Brasil dos casuísmos rolou mais uma prorrogação de mandatos.
Agora, beneficiando prefeitos e vereadores eleitos em 1982.
Sem obras imponentes, a gestão de José Augusto Hülse e Roseval Alves foi marcada por novidades.
A de maior visibilidade e de forte perfil político foi, sem dúvida. o Orçamento Participativo.

Importado de Diadema, cidade do ABCD paulista, o Orçamento Participativo seria replicado depois em Porto Alegre e em vários municípios.
A ideia de reunir a população dos bairros para ouvir reivindicações e definir investimentos emplacou.
O que levou Zé Augusto a incorporar à sua administração o rótulo de Governo Popular.

 



Episódio 23 - UMA INFRA DE CAPITAL
A transição de governo de Altair Guidi para José Augusto Hülse respeitou todos os protocolos.
O que não impediu Altair de esgotar a tinta da caneta nos últimos minutos.
Na noite de 30 de janeiro de 1983, à véspera de deixar o cargo, ele inaugurou o Centro Cultural Santos Guglielmi.
A última das suas grandes obras.

O Centro Cultural abrigava três imóveis.
O Teatro Elias Angeloni, a Biblioteca Donatila Borba e a Galeria de Arte Octávia Búrigo Gaidzinski.
O ponto alto da inauguração foi a peça O Bem Amado, com o ator global Paulo Gracindo.
No apagar das luzes e na definição do jornalista Archimedes Naspolini, Altair legava à cidade uma infraestrutura de capital.



Episódio - 22
UM AEROPORTO COM DOIS NOMES


Após a desativação do Aeroporto Leoberto Leal em 1973, reconectar Criciúma à malha aérea tornou-se prioridade.
No final dos anos 70, o prefeito Altair Guidi investiu pesado num aeroporto na Santa Líbera.
Chegou até a definir o nome: Aeroporto Irineu Bornhausen, pai do governador.
Só que em maio de 1981, faleceu o empresário Diomício Freitas e o aeroporto ganhou um segundo nome.

Homenagear o patriarca da família Freitas foi um reconhecimento público que ninguém contestou.
Difícil foi atrair uma linha aérea comercial.
Altair fez de tudo, conversou até com o governador paulista Paulo Maluf, mas a Vasp 
não veio.
Quem pousou, finalmente, foi a Rio Sul. Em janeiro de 1983.
Poucos dias antes de Altair passar o bastão a José Augusto Hülse.


Episódio 21 - A VITÓRIA DO AZARÃO

A eleição de 1982 foi a primeira depois de quase duas décadas sem o bipartidarismo.
A Arena virou PDS, o MDB virou PMDB. Surgiram PT, PTB, PDT.
Foi também a última eleição com sublegendas e a única com um tal de voto vinculado.
Na urna, a escolha teve que ser de cabo a rabo na mesma sigla. De vereador a governador.

Em Criciúma, o PDS lançou dois candidatos, o ex-prefeito Algemiro Manique e o deputado federal Nereu Guidi.
O PMDB também lançou dois, o vereador Lírio Rosso e o engenheiro José Augusto Hülse.
Fato novo foram os chamados "votos carbonados", sinônimo de criatividade para não dizer outra coisa.
PDS e PMDB fizeram - cada um - mais de 26 mil votos apurados no City Clube.
E por uma merreca de 269 votinhos... deu Zé!

 





Episódio 20
REVOLTA, ENTERRO E PROFECIA


O processo de emancipação de Forquilhinha vinha sendo cozinhado desde 1976.
Na época, o plebiscito foi autorizado pela Assembleia Legislativa, mas não rolou por falta de prazo.
No final de 1981, o deputado Eno Steiner - nascido em Forquilhinha - pediu o desarquivamento do processo.
O plebiscito foi agendado para o feriado de Tiradentes no ano seguinte. Ano de eleição.

Em meados de abril de 1982, o Tribunal de Justiça acatou mandado de segurança do prefeito Altair Guidi e suspendeu o plebiscito.
Em Forquilhinha, a revolta tomou as ruas e uma passeata fez o "enterro simbólico" de Altair e do governador Jorge Bornhausen.
Na tribuna da Câmara de Criciúma, o vereador Woimer Loch - também forquilhense da gema - profetizou: "Aguardem pelo 15 de novembro!"

 

Episódio 19
UM TSUNAMI NO HORIZONTE

Com uma megaeleição em 1982, o prefeito Altair Guidi tinha um monte de obras para fazer o sucessor.
No Centro, por exemplo, o calçadão, o canal auxiliar e o Terminal Urbano. 
Na Próspera, uma montanha de pirita ao lado da igreja deu lugar a uma bela praça.
No Pinheirinho, o Acesso Sul à BR-101, a rodovia a Forquilhinha e a Avenida Universitária até a Mãe Luzia.
No Rio Maina, asfalto da sede aos principais bairros do distrito.

O acervo de obras de Altair incluía ainda o Parque Centenário.
Prefeitura, ginásio de esportes e pista de atletismo, teatro e calçadas para caminhada.
Tudo apontava, enfim, para o sucesso no tal teste das urnas.
Até surgir no horizonte um tsunami de nome Plebiscito de Forquilhinha.


 

Episódio 18
MEGAELEIÇÃO E VOTOS VINCULADOS

Prevista para novembro de 1980, a eleição de prefeitos e vereadores foi adiada.
Mais uma novidade na abertura política do presidente João Figueiredo.
Antes foram a anistia e o fim do bipartidarismo, agora a volta da eleição de governadores.
A fim de reduzir custos, aprovou-se a coincidência de todas as eleições para 1982.

De quatro anos, os mandatos de prefeitos e vereadores ganharam mais dois totalizando seis anos.
Nem é preciso dizer que a curtida foi ampla, geral e irrestrita, mas exigiria fôlego na hora de preencher a cédula.
No feriado de 15 de novembro de 1982 seriam escolhidos vereadores, prefeitos, deputados estaduais, deputados federais, senadores e governadores.

 


Episódio 17
UMA OBRA ECOLOGICAMENTE CORRETA

A estrutura da nova prefeitura já fora testada na Expo100, mas o imóvel levaria quase um ano para ficar pronto.
O projeto do arquiteto Manoel Coelho era ousado e inovador.
Já pensou numa casa sem divisórias, exceto nos banheiros?
Pois é. O Paço Municipal Marcos Rovaris foi o que mais tarde se chamaria de loft.
No caso, um loftão de dois pavimentos.

Sem paredes internas e cercada por janelões, a nova prefeitura teria iluminação natural e ventilação cruzada.
Na avaliação do engenheiro civil Édio Castanhel, recém-formado à época, foi uma das primeiras obras ecologicamente corretas no estado.
A inauguração no dia 20 de agosto de 1981, um evento singular.
Autoridades às pencas e todos os prefeitos das cidades vizinhas.


 




Episódio 16 
FEIRA LIVRE E A DIGITAL DO VICE

A Feira Livre é um capítulo pouco lembrado da primeira gestão de Altair Guidi.
Talvez por ter sido uma iniciativa muito pessoal do vice-prefeito Mário Sonego.
Em 1978, ele obteve o apoio da Acaresc e mobilizou 32 agricultores.
Em poucos dias, as barracas ocuparam a área ao lado do futuro Terminal Central, onde fica hoje o Bistekão.

O empenho e a obstinação do vice-prefeito Mário Sonego deram tão certo que a feira virou itinerante.
Em dias alternados, circulou pela Próspera, Pinheirinho e Rio Maina.
O número de feirantes aumentou exigindo um espaço maior. 
Foi quando a cidade ganhou uma nova prefeitura e a feira um novo endereço. 
Bem ali na esquina das Ruas Anita Garibaldi e São José.




Episódio 15
NOVA PRAÇA, UM MONUMENTO E PANCADÃO

As comemorações do centenário da colonização estenderam-se até o feriado de 6 de janeiro de 1981.
No início da noite, o tempo estável mobilizou centenas de evangélicos para um culto ao ar livre.
Sob a coordenação do pastor Valdumiro de Souza, a Praça Maria Rodrigues foi inaugurada ao lado da Assembleia de Deus.

As condições climáticas favoráveis não se confirmaram horas depois.
Ato final nas comemorações do centenário, a inauguração do Monumento às Etnias e do Memorial Dino Gorini foi regado por denso temporal.
Desde então criou-se a mística em torno das cinco lajes projetadas pelo arquiteto Manoel Coelho.
Seriam as cinco etnias colonizadoras? Não, esclareceu ele. Apenas os dedos da mão brotando da Mãe Terra.


 


Episódio 14
100 ANOS: OBRAS, FESTAS E UMA MEGAFEIRA

O início de 1980 foi de holofotes na Criciúma que comemorava o centenário da colonização.
No dia 5 de janeiro, véspera do feriado, o prefeito Altair Guidi inaugurou o Terminal Urbano Angelo Guidi.
A festa de aniversário com apresentações artísticas no dia seguinte lotou as novas arquibancadas do Heriberto Hülse.
No dia 9 foi a vez do Museu Augusto Casagrande, ocupando o sobradinho doado pelo psiquiatra Joacy Casagrande Paulo. 

O ano do centenário da colonização teve uma programação extensa, mas a cereja do bolo ficou para o final.
Em setembro, jogo amistoso colocou o Vasco da Gama diante do Tigre no Heriberto Hülse.
Em outubro, a infraestrutura da nova prefeitura abrigou a Expo100, uma feira multissetorial jamais vista na região.
Shows nacionais e um parque de diversões cativaram um público recorde.
Em novembro, show de Roberto Carlos voltaria a lotar o estádio.

 




Episódio 13
ESCADARIAS E GREVES, O ANO DA ABERTURA

Novidade urbana em Criciúma, as escadarias fizeram sucesso na gestão de Altair Guidi e Mário Sonego já em 1979.
Fincadas no conceito da mobilidade, elas contemplaram bairros com topografia acidentada.
A lista incluiu o São Cristóvão, Cruzeiro do Sul, Lote Seis, Vera Cruz e Santa Catarina.
Pra não ficar de fora e com superfície plana, o Pinheirinho ganhou uma praça na frente do Bairro da Juventude e o Rio Maina a sua ao lado do Brotolândia.

O processo de abertura política deflagrado pelo presidente João Figueiredo ganhou tração por aqui nesse mesmo ano.
Proibidas desde 1964, as greves voltaram com tudo no início de setembro paralisando quatro categorias de uma vez só. 
Os piquetes mobilizaram metalúrgicos, ceramistas, mineiros e motoristas do transporte coletivo.
Foi tanta gente cruzando os braços que rendeu até citação na revista Veja.

 




Episódio 12
CANAL AUXILIAR, O INÍCIO DE TUDO

As enxurradas sempre foram um pesadelo sazonal e recorrente em Criciúma.
Drenar as águas levou o prefeito Altair Guidi a iniciar o Canal Auxiliar no começo de 1979.
A estiagem prolongada colaborou e valas enormes rasgaram as ruas centrais e o bairro São Luiz.
Um projeto importantíssimo e com direito a etapas 2, 3, 4 e lá vai paulada até os dias atuais.

No mesmo ano em que o Centro foi cortado pelo Canal Auxiliar, um megaevento trouxe muita gente a Criciúma.
Em julho, o Conjusc - Congresso da Juventude de Santa Catarina, organizado pela Igreja Católica, movimentou a cidade.
Jovens de 68 cidades reuniram-se sob a carismática liderança do padre Donato Darós.
Há quem afirme até hoje que nada igual rolou antes. Nem depois.

 

 

Episódio 11
O CALÇADÃO DA NEREU

O final do verão de 1978 prometia novidade, mas foi uma tragédia que colocou Criciúma nas manchetes nacionais.
Na madrugada de 29 de março, uma implosão criminosa pôs abaixo dois edifícios matando 13 pessoas.
O proprietário dos prédios foi preso por planejar e explodir os imóveis no início da Rua Henrique Lage.
Uma Criciúma enlutada abriu o mais triste outono de toda a sua história.

Fechar as ruas da Praça Nereu Ramos era prática corriqueira no horário natalino.
Cordas e cavaletes davam conta do recado depois das 6 da tarde.
Sob inspiração do prefeito curitibano Jaime Lerner, as pedrinhas portuguesas - petit-pavê, como eram conhecidas - tiraram o calçadão da planta.
E às vésperas do Natal de 1978, o prefeito Altair Guidi inaugurou a primeira de suas obras monumentais.



Episódio 10
UM NOVO MODELO DE GESTÃO

Brigas e polêmicas à parte, Altair Guidi revelou-se logo um gestor obstinado.
Já na posse, enfatizou: nada seria feito sem planejar, nada seria planejado se não pudesse ser feito.
Com apoio de uma equipe de arquitetos de Curitiba, iniciou um planejamento urbano radical.
O primeiro alvo, a Avenida Axial, inaugurada no ano anterior e sem um único semáforo.

As sinaleiras na Avenida Axial ajudaram a derrubar as estatísticas de acidentes.
As ruas do Centro ganharam placas de trânsito e também com as suas denominações.
Outra boa notícia viria no fim de 1977 embalada por um legado do antecessor.
A inauguração do quartel do 28º Grupo de Artilharia de Campanha do Exército na Primeira Linha.
 

https://open.spotify.com/episode/4yDsNwxnujV7NlvqsX8CbY?si=ziVkfVg2S82_8qJfeUxoFQ

 




Episódio 09
UMA ESTREIA EFERVESCENTE

A relação de Altair Guidi com o ex-prefeito Manique azedou logo após a posse em fevereiro de 77.
Altair reclamou das dívidas do antecessor e brigou também com vereadores, com o partido, com a CDL e com a Acic.
Tudo por causa de um tributo criado 10 anos antes que nenhum prefeito tivera a coragem de cobrar.
Altair cobrou e a chapa esquentou.

Em 1967, o prefeito Ruy Hülse sancionou lei regulamentando o uso de placas e painéis na frente de lojas e indústrias.
O tal tributo ficou no faz-de-conta até Altair assumir e cobrar.
A reação do empresariado foi tão imprevisível quanto fulminante.
Da noite pro dia, placas sumiram e painéis foram simplesmente borrados - ou chapados - por tinta.
 

 


Episódio 08
UMA CAMPANHA EXPLOSIVA

A campanha eleitoral de 1976 foi uma das mais violentas no estado.
Na pacata Lauro Müller, um cabo eleitoral foi assassinado a tiros.
Em Criciúma, espoletas de dinamite mandaram pelos ares dezenas de outdoors, uma ação atribuída a apoiadores dos dois candidatos da Arena.
Era o tal fogo amigo antecipando o resultado das urnas.

https://creators.spotify.com/pod/show/adelorlessa/episodes/CRICIMA-100-ANOS---EPISDIO-09-e34glnb

O candidato do MDB, Murilo Canto, foi o mais votado. 
Em números redondos, cravou 15 mil votos ou 42% do total.
Bertoldo Arns recebeu 9.900 e Altair Guidi 10.900. 
Na soma, a Arena obteve mais de 20 mil votos elegendo Altair por uma diferença pequena à frente de Bertoldo.
No teste das urnas, Altair passou raspando.




Episódio 07
FOGO AMIGO

Desde 1966, as eleições no Brasil adotavam o bipartidarismo, sistema com apenas dois partidos.
Quem tinha simpatia pelo regime militar, votava na Aliança Renovadora Nacional, a Arena.
Quem não tinha, votava no Movimento Democrático Brasileiro, o MDB ou Manda-Brasa, como apelidado.
Só que o tal jeitinho brasileiro foi usado para aliviar as divergências paroquiais.

A fim de acalmar os ânimos, o regime admitia uma tal de sublegenda nas eleições municipais.
Em Criciúma, o MDB uniu-se em torno de um candidato único, o deputado Murilo Canto.
A Arena lançou dois.
O engenheiro Bertoldo Arns com apoio de fortes grupos econômicos e o arquiteto Altair Guidi com  respaldo do prefeito Manique.
Logo, o circo iria pegar fogo e - no caso e literalmente - fogo amigo.
 

 


Episódio 06
OBRAS E O TESTE DAS URNAS

O calendário de 1976 incluía eleições municipais em todo país, exceto nas capitais, estações termais e fronteiras.
Numa época em que não havia reeleição de prefeitos, fazer o sucessor era uma questão de honra.
Foi o que levou muita gente a deixar as obras mais importantes para o último ano do mandato.
Em alguns lugares e às vezes, dava certo.

Em Criciúma, o prefeito Algemiro Manique e seu vice Fidélis Back tinham encerrado 1975 com a  Avenida Luiz Lazzarin, a ligação do Centro com o Rio Maina.
Em 76, inauguraram a Avenida Axial, a Rodoviária, o Acesso Centro à BR-101 e dois anéis viários na Cidade Mineira.
Eram obras pra mais de metro, como se dizia. Só faltava o teste das urnas.

 



Episódio 05
A OPERAÇÃO BARRIGA-VERDE

Dezembro de 1975 agregou uma ótima notícia para um grupo de amigos em Criciúma e uma péssima para outro. 
A boa: a formatura de uma turma de Direito do Centro de Ciências Jurídicas do Vale do Itajaí - mais tarde, Univali.
Na colação de grau, Aírson Soares da Rosa, Carlito Dal Toé, Jairo Frank, José Dagostin, Lúcio Nuernberg e o ex-prefeito Nélson Alexandrino.

A má notícia ganhou o nome de guerra de Operação Barriga Verde.
Em poucas horas, 38 pessoas ligadas ao Partido Comunista Brasileiro foram presas em várias cidades catarinenses.
Só em Criciúma, cerca de uma dúzia. 
Relatos de maus tratos geraram apreensão, mas em poucos meses todo mundo voltou pra casa. 
Um final de ano tenso, mas bem menos do que a campanha eleitoral do ano que estava pra começar.
 



Episódio 04
O UP TECNOLÓGICO: DDD E TELEX

O cinquentenário da emancipação colocou Criciúma na era das telecomunicações. 
Uma semana antes, a Telesc ativou a nova central telefônica com o sistema DDD, a discagem direta à distância.
A novidade conectou a cidade às capitais e principais centros do país, mas exigiu que a população se acostumasse à troca de números.
De apenas 4 dígitos para 6, todos começando pela dezena 33.

O up tecnológico foi completado naquele 4 de novembro na agência dos Correios.
Apesar do feriado municipal, o gerente Apolinário Tiscoski abriu as portas para inaugurar a primeira cabine pública de telex.
Numa troca de mensagens, os prefeitos de Criciúma e Feira de Santana, na Bahia, reafirmaram a amizade entre o Sul e o Nordeste.



Episódio 03
HÁ 50 ANOS, UM FERIADO ÚNICO
A coincidência nas datas e as devidas pompas merecem registro. 
Assim como neste ano, o  4 de novembro de 1975 caiu também numa terça-feira e, pela primeira e única vez, feriado. 
No cinquentenário da emancipação de Criciúma, escolas e comércio suspenderam as atividades. 
Algo inédito numa data que ninguém voltaria a comemorar nas décadas seguintes. 

Naquele feriado, o prefeito Algemiro Manique e seu vice Fidélis Back inauguraram um busto de Marcos Rovaris na Praça Nereu Ramos. 
Licenciado do futebol profissional, o Comerciário enfrentou o Próspera num amistoso de portões abertos no Heriberto Hülse. 
Uma missa campal lacrou a programação das Bodas de Ouro do município.

 


 




 

Episódio - 02
VÃO SE OS TRILHOS

Meio século após a emancipação e já perto dos 90 mil habitantes, Criciúma respirava ares de rápido crescimento.
Um ousado projeto de reurbanização previa uma avenida de sul a norte retirando a Estrada de Ferro do Centro. 
Vinda de longe, a reivindicação de substituir os trilhos pelo asfalto agora se tornava uma obsessão. 

Arrancar os trilhos do Centro não seria difícil. Para onde mandar a Dona Maria Fumaça, outra conversa. 
Um novo ramal - chamado de Variante - teve que ser implantado. 
E em abril de 1975, vagões abarrotados de carvão seguiram do Pinheirinho na direção da Primeira Linha e Içara. 
A tão sonhada Avenida Axial entrava, finalmente, no radar da cidade.
 



 

Episódio - 01
UM PRIMEIRO MANDATO... ABREVIADO

Até 1900, o limite entre os municípios de Tubarão e Araranguá passava por onde se localiza a sede do clube Mampituba.
Naquele ano, Urussanga separou-se de Tubarão e 25 anos depois Criciúma deixou Araranguá.
A Lei Estadual 1.516 sacramentou a emancipação no dia 4 de novembro de 1925. 
Em 1948, a grafia do nome da cidade mudou. E Cresciúma virou Criciúma.

O território de Criciúma ia de Nova Veneza, no Costão da Serra, até Balneário Rincão. 
Contava com 8.500 habitantes, mas um número bem menor elegeu Marcos Rovaris seu primeiro prefeito.
Natural de Bergamo, o italiano Marco seria também um marco na história do município.
Pena que seu mandato tenha sido cruelmente abreviado pela Rebentona de 1930.

Ouça o documentário produzido pelo jornalista Nei Manique:


https://creators.spotify.com/pod/show/adelorlessa/episodes/Cricima-100-Anos---Episdio-10-e34k19u  

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