Faltando menos de 8 horas para o fechamento da janela partidária, quando os interessados em concorrer às eleições podem trocar de partido, uma pergunta ainda não foi respondida: “e o Acélio, vai ou fica?”.
Ir, significa sair do PSDB e migrar para o PL, o partido do governador e, agora, também, de Ricardo Guidi, sigla para a qual já foi convidado. Ficar, significa permanecer em seu atual partido, o PSDB e ser vice de Arleu da Silveira (PSD). Neste momento de indecisão, Acélio compartilha de um sentimento que também foi vivido recentemente por Guidi: a falta de clima em seu atual partido. Há um entendimento na política de que para algumas coisas acontecerem, precisa-se de um fato e de clima. O fato, para Acélio, é a possibilidade de estar na majoritária. Mas em seu atual partido falta clima.
E isso ficou ainda mais evidente depois que, na última semana, quando o presidente estadual do PSDB, deputado Marcos Vieira, anunciou Acélio como o candidato a vice de Arleu e, horas depois, o partido disse que a escolha do vice seria feita através de pesquisa. Ele teria de disputar a indicação com a vereadora Roseli De Lucca. Esse é outro detalhe que parece não fazer sentido, já que Acélio é “bom de voto”, como disse Marcos Vieira à Som Maior. Então por qual motivo ainda precisaria disputar a vaga de vice?
No mesmo dia e após ser anunciado, mais um detalhe chamou atenção o suficiente e motivou esse texto: o silêncio de Acélio sobre o “lançamento” de seu nome a vice pelo PSDB. Quem é indicado candidato a prefeito ou vice, costuma se alegrar com a notícia, dar declarações, atender a imprensa. Não foi o que aconteceu com Acélio. Ele permaneceu em silêncio, sem nenhuma manifestação pública sobre o assunto e sem atender a imprensa. Na quinta-feira (4), um dia depois, circulou a informação (publicada por este blog) de que o PL discutia a possibilidade de chapa pura, com Guidi e Acélio. Minutos antes da coletiva convocada por Ricardo, uma nova informação dava conta de que Acélio havia decidido permanecer no PSDB e aceitar o convite para ser vice na chapa com Arleu da Silveira. Mais uma vez, nenhuma declaração, nenhuma reação partiu do ainda secretário da Saúde de Criciúma, além de continuar sem responder mensagens ou ligações. Na sexta pela manhã, o dia começou com uma reunião a portas fechadas com Acélio e os peessedistas, Clésio Salvaro, Júlio Garcia e Arleu da Silveira. O movimento tinha o objetivo de frear a perda de lideranças do governo municipal. É que nesta mesma semana, migraram para outras siglas, o vice-prefeito, Ricardo Fabris que escolheu o MDB, e Verceli Coral, agora filiado ao PL.
Até o momento, Acélio permanece sem falar sobre o assunto. A impressão que fica é que ele não tomou nenhuma decisão ainda, mas que a ideia de ser vice de Arleu não o empolgou o suficiente para que ele se manifestasse.
Neste sábado, o governador Jorginho Mello vem mais uma vez à Criciúma e ele até que arrumou uma boa desculpa para isso. Na agenda oficial, o motivo da viagem é para acompanhar a final do campeonato estadual entre Criciúma e Brusque, às 16h30, no Heriberto Hulse. Mas a coincidência é que justamente hoje encerra o prazo para que Acélio mude de partido e o governador está na cidade. É possível que eles conversem novamente ainda hoje e isso seja decisivo para a decisão de Acélio. Até lá, fica o questionamento: “e o Acélio, vai ou fica?”.